Ao ler o texto: “O Menininho” de Helen Buckley, lembrei-me de algumas situações que vivenciei em minhas práticas do estágio no magistério, com nada de experiência em sala de aula .
Diante das inquietações que o texto "O Menininho" me causou. Penso que meu desafio seria
de receber esta criança que está chegando, oferecendo-lhe um espaço acolhedor,
de forma que ela sinta confiança e fique a vontade. O desenho é uma
excelente oportunidade para conhecer as
habilidades dos alunos. Para que isso aconteça, minha postura nesse momento é de
observadora, deixando-os livres para que possam ter autonomia de produzir,
criar e desenvolver suas habilidades. Sabemos que cada criança já vem de casa
com algum saber. Neste momento meu papel
é desenvolver as aprendizagens com meus alunos. Oportunizando a eles o espaço e
autonomia para que cada um desenvolva seu pensamento, seu desejo, suas
habilidades, de forma criativa para construir e reconstruir seus conhecimentos.
Recordo-me, de
uma situação ocorrida no meu estágio(magistério), “Hora do conto”, segundas-feiras. Criei um “espaço
de leitura”, com tapete, para os alunos ficarem a vontade para escolherem e trocarem os
livros, espaço esse para debater e comentar suas inquietações, aguçando a curiosidade dos outros colegas de pegarem o livro que o colega acabara de comentar. Tinha também “A sacola da leitura”, por sorteio um aluno poderia levar para
casa uma vez por semana. Ela
era monitorada pela professora titular, que não permitia que os alunos manuseassem os livros novos que ficavam em uma caixa separada para acompanhar a sacola. Logo, passei a ficar sozinha com a turma. Fugi as regras,
pedi autorização para a professora titular que liberasse os livros que os alunos tanto queriam, me comprometi em
cuidá-los em conjunto com a turma. Percebi que eles adoravam ler, aproveitei a
situação estimulei os alunos a fazerem uma produção textual. Foi um trabalho
maravilhoso. Visitamos o Museu de Ciências e Tecnologia da PUC/RS. Confeccionamos alguns bloquinhos de anotações para cada um, anotar tudo que achassem importante, no museu, e posteriormente desenvolver uma produção textual e apresentar ao grande grupo da sala de aula. Registrei passo a passo
deste trabalho. Eram alunos do segundo ano do ensino fundamental. Em um grupo
de 25 alunos, apenas cinco tinham dificuldades de alfabetização. Mesmo assim
apresentaram-se aos colegas, fingindo estar lendo seus textos. Estavam tão empolgados
que eu não me permiti interromper suas motivações.
Acredito ter deixado a minha marca naquela escola. Me sentia tão a vontade com a turma que não percebi, que tinha pouca experiência. Acabei criando um desafio transformador naquelas crianças. E o mais importante receber dos pais e responsáveis dos alunos, o reconhecimento da melhora dos filhos que tinham perdido o interesse de
estudar, muitos às vezes sem vontade de ir pra escola. Comentário de uma mãe: Agora só vejo a minha filha lendo,
estudando, lendo jornal, revista, livrinho de historinha, e corre pra fazer o
tema de casa, que não queria fazer mais, e me diz que a profe. Rô fica muito braba
e diz que é feio não fazer a lição, aonde ela vai carrega sempre um livrinho!
Acho que são essas marcas importantes, que deixamos para nossos alunos. Através
desta experiência, percebi que tudo o que essas crianças precisavam é de
estimulo, atenção, serem ouvidas. Acredito que criando um ambiente afetivo, acolhedor, oportunizando
liberdade para que os alunos possam desenvolver seus pensamentos, suas ideias. Com certeza o
resultado será muito produtivo e positivo






REFERÊNCIAS
Fotos: Alunos -das minhas práticas no magistério.
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