sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Preconceito (Desigualdade Social-Exclusão)


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Vivenciei esta situação na Escola de Educação Infantil, que trabalhei como professora auxiliar no berçário. Sobre um bebê que ao chegar à sala de aula já era colocado direto no balanço, por que chorava muito e ninguém conseguia acalma-lo e ali ficava por todo o período do dia, só saia para se alimentar, e retornava para o balanço até dormir, daí sim era levado para o berço, mas acordava em seguida.
Eu não gostava de assistir aquela cena que se repetia constantemente. Certo dia, ao receber o menino na porta, pedi a mãe que me entregasse o menino de verdade, senti que a mãe ficava insegura em deixar o menino, e transmitia para ele sua insegurança. Logo percebi os comentários das profes dizendo, pronto agora ele vai acordar toda e turma. Então, tomei a decisão de sair da sala com o menino e disse as profes. vou tentar acalma-lo la fora. Coloquei o menino no carrinho, e fui aos poucos apresentando a escola para ele, conversando pelo caminho, dizendo que ali era seu local para estudar, brincar com seus coleguinhas, se alimentar e que precisava ficar só algumas horas, que sua mãe precisava trabalhar, mas que depois retornaria para buscá-lo. Fui praticando todos os dias o mesmo processo, fazendo a integração dele com os demais. Ele foi se adaptando ao ambiente passando assim a gostar mais da escola.
Cheguei à escola na metade do ano, e o aluno já estava lá desde o inicio do ano letivo em turno integral.
Segundo as professoras ele nunca conseguiu adaptar-se ao ambiente escolar, que chegava sempre com a mãe ou a irmã mais velha, quando estava chegando à sala de aula, já começava a chorar e que ninguém conseguia acalmá-lo, diziam esse não tem mais jeito, e o tratavam sempre do mesmo jeito, sem muita importância, lamuriando o seu comportamento com as demais colegas, desdenhando a sua presença.
E outras reclamações a respeito do menino, que cheirava mal, por que sua refeição em casa era somente leite, ele vivia assado, não comia as refeições oferecidas pelas professoras na escola, não conseguia dormir e acordava o restante do grupo. Um dia resolvi perguntar por que ele era tradado daquela forma, ouvia sempre a mesma resposta, este não tem mais jeito, ele mora aqui perto é da periferia.  Fiquei chocada com a resposta. Saí da escola no final do ano ao término do meu contrato, mas saí feliz em ter acolhido aquele menino e me sentir com dever cumprido e convicta de que tudo pode, desde que se esteja aberta a colaborar pelo melhor. Penso que escola, sala de aula é e deve ser assim, local de acolhimento, carinho e respeito com o outro.  

Seminário Integrado eixo VI

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