Símbolo de Resistência, tradição e poder feminino
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Etnia — De acordo com o
artigo 2º do Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, os quilombos são
"grupos étnico-raciais segundo critérios de auto atribuição, com
trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com
presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão
histórica sofrida". As comunidades quilombolas no Brasil são múltiplas e
variadas e se encontram distribuídas em todo o território nacional, tanto no
campo quanto nas cidades.
A relação com as
famílias
Há exemplo de outros grupos
ético-raciais, entre a população negra, o sentimento de pertencer a uma família
é muito valorizado. A família é um esteio, porto seguro, que dá segurança para
enfrentar as dificuldades próprias do país em que vivemos. Vidas muitas vezes
marcadas por uma luta incansável pela sobrevivência, pelo medo da violência,
pelo medo da fome, da falta de moradia e de trabalho.
Foi
e é na família constituída por laços de sangue ou por laços de identidade que a
população negra viveu e resistiu à escravidão, ao racismo, a exploração, à
perseguição. As famílias desfeitas no período escravista deram lugar a outras
famílias que uniam povos de regiões diferentes da África, com línguas e crenças
diferentes, numa união pela saudade da terra, da casa, da família, como
reunir-se para sobreviver, resistir e lutar com laços familiares reconstruídos
e ressignificados.
BONECAS ABAYOMI:
SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA, TRADIÇÃO
E PODER FEMININO
Para acalentar seus
filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno
porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil – as mães
africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas
bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção. As
bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como Abayomi, termo que
significa ‘Encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente
africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim.
Sem costura alguma
(apenas nós ou tranças), as bonecas não possuem demarcação de olho, nariz nem
boca, isso para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas.
Inspirado pela tradição dessa arte histórica, com o objetivo de evidenciar a memória
e identidade popular do povo brasileiro, valorizando a diversidade cultural que
reina na terra brasilis.
A história que envolve
as Abayomi, sempre preparando uma trilha sonora especial para os cursos,
composta por ritmos e sonoridade que remetem a manifestações culturais
diversas. Abayomi, fundamental para o fortalecimento da auto-estima e
reconhecimento da identidade afro-brasileira. A importância das bonecas Abayomi,
para história do Brasil e sua relação com o continente africano. Além de serem
encantadoras, elas se colocam como elemento de afirmação das raízes da cultura brasileira e também do poder e determinação
das mulheres negras.
Falar sobre as bonecas
Abayomi me fortalece boas lembranças em sala de aula. Apliquei essa atividade,
junto com outra professora, com duas turmas de segunda série do ensino
fundamental, quando eu estava estagiando no magistério. (Semana da “Consciência
Negra”.
Em uma aula anterior, confeccionamos
com os alunos chocalhos com materiais reciclados, pedimos aos alunos que
trouxessem de suas casas, instrumentos musicais de preferência os de percussão.
Convidamos dois alunos da 6ª série que sabiam tocar os instrumentos para nos
auxiliar com as turmas. Logo, os meninos começaram a tocar e juntamente com a
professora iam explicando cada instrumento e o som de cada um.
- Atividade: Colocamos os alunos, sentados no chão em forma de circulo,
com seus instrumentos musicais e os chocalhos, cantamos algumas musicas. Logo,
entregamos para eles pedaços (retalhos) de tecidos, aos poucos fomos contando
para eles sobre a história das bonecas Abayomi. Percebi uma concentração muito
forte dos alunos enquanto confeccionavam suas bonecas de pano.
No decorrer das aulas
pude perceber que muitos mantinham as bonequinhas em seu estojo, e muitas vezes
os vi segurando-as, com muito carinho, como um “amuleto”.
Acredito que é muito importante que as escolas, enquanto educadora
continuem a desempenhar atividades sobre etnias. Uma vez que a lei foi aprovada
como obrigatoriedade na educação, (Lei n° 10.639, em 9 de janeiro de 2003,
instituindo a obrigatoriedade do ensino de História da África e da Cultura
Afro-brasileira).
A educação é um ato
permanente, dizia Paulo Freire, e neste sentido o Ministério da Educação, por
intermédio da Secad, entende que esta publicação é um instrumento para a
construção de uma sociedade anti-racista, que privilegia o ambiente escolar
como um espaço fundamental no combate ao racismo e à discriminação racial.
Ricardo Henriques Secretário de Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade
Referências:
file:///C:/Users/PEAD08/Downloads/ORIENTA%C3%87%C3%95ES%20ETNICORACIAIS%20(1).pdf
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