Estudos
revelam que o diálogo é um elemento relevante e emancipatório que interfere na
formação dos sujeitos e na construção de saberes de forma significativa.
Em “A Sombra desta Mangueira”, Paulo
Freire, 2000, defende a ideia de que o ser humano precisa falar, ser ouvido e
respeitado. É no diálogo que acontecem as descobertas e os saberes. Para ele a comunicação
é o fator mais importante na vida do ser humano, e que só acontece se for dialogada,
pois através do diálogo, entre o aprendente e o aprendizado que as relações se
constituem no indivíduo. Paulo Freire, entende que e a educação é um ato em que
ao mesmo tempo é do educador e é do educando, e é nessa relação que pode se
estabelecer uma educação libertadora, uma educação problematizadora e humanizada.
É nessa relação que é dialética, que o professor na hora que ensina, ele está
aprendendo outra vez e o aluno na hora que aprende através das perguntas ele
está ensinando ao professor aquilo que ele já sabia, ou que precisa saber mais
e até não sabia.
Paulo
Freire, entende que aprender é uma descoberta criadora, onde ensinando se
aprende e aprendendo se ensina. A educação como prática libertadora, faz com
que as pessoas desenvolvam a capacidade de pensar e interagir. Contrapondo-se à
educação bancária, que reflete a realidade opressora na medida em que apenas o
educador é sujeito, os conteúdos são desconectados da realidade, simplesmente
repetidos de maneira mecanicista, evitando o pensar. A educação deve ser feita através
da realidade vivida pelo aprendiz, respeitando o repertório do aluno é que se
pode chegar a uma visão de mundo critica e transformadora da realidade. Pois o
conhecimento todo indivíduo tem e traz consigo através das suas experiências de
vida, do trabalho ou do meio onde vive. (Freire, 2000).
Paulo
Freire, concebe o homem como um ser de busca, inacabado, ser de relações, um
sujeito e não um objeto. Para ele o homem, deve buscar sempre o conhecimento de
tudo, que precisa viver e aprender para se completar.
O
diálogo entre o professor e o aluno, deve ser uma troca e não um monólogo onde
o professor fala e o aluno escuta, o professor precisa estar aberto para
entender as pretensões, as dificuldades do aluno para que haja o reconhecimento das ações.
Ensinar
exige curiosidade, o professor deve estimular a curiosidade do estudante, num
processo prazeroso mantendo aberto o exercício do raciocínio na busca de
construção e reconstrução de novos conhecimentos.
A
curiosidade, convida o aluno a imaginação, a intuição as emoções, a capacidade
de observar detalhes e expectativas nas relações dos conhecimentos. (Freire,
2000)
“Os regimes autoritários são inimigos da curiosidade, punem
os cidadãos por ela. O poder autoritário é bisbilhoteiro e não curioso,
indagador. Já a dialogicidade é cheia de curiosidade, de inquietação. De
respeito mútuo entre os sujeitos que dialogam. A dialogicidade supõe
maturidade, aventura do espirito, segurança ao perguntar, seriedade na
resposta” (em A sombra desta mangueira, Paulo Freire, 2000, pag. 80).
Referência
FREIRE,
Paulo, São Paulo, 2000. Ed. Olho D’agua. Livro: A Sombra Desta Mangueira.
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