Na aula presencial/inaugural do SI - VII Semestre do Pead/2018. Fomos convidados a assistir e elaborar uma reflexão sobre o curta: “Escolas democráticas". "Que escola temos"?
Refletindo sobre o curta das, percebi que, as escolas em que ali foram apresentadas, não eram nada democráticas. E sim, escolas: gaiolas, retratando tendências tradicional, com metodologia antiga, alunos enfileirados, professor com atitude engessada, falta de didática e assim por diante.
O curta me provocou muitos questionamentos, para esse tipo de educação tradicional, comparada aos dias atuais.
Sei que a educação brasileira já passou por muitos momentos bons, ruins, com fracassos, vitorias. Mas, muitas descobertas já se deram no cenário da nossa educação. Muitos, educadores, pais, familiares e a sociedade já pensaram e ainda pensam para uma melhor educação.
O termo pedagogia ocorreu do estudo das concepções antigas da educação. Essa teoria ou concepção pedagógica formou-se a partir dos pontos recorrentes nas práticas de ensino ao longo da história da educação.
Segundo, o filósofo e pedagogo, brasileiro DERMEVAL, 2014; a introdução da denominação “Concepção Pedagógica Tradicional ou Pedagogia Tradicional foi introduzida no final do século XIX com o advento do movimento renovador que, para marcar a novidade das propostas que começaram a ser veiculadas, classificaram como ‘tradicional’ a concepção até então dominante”. (DERMEVAL, Saviani, 2014).
A visão da concepção pedagógica é a busca pela essência do homem e para realizar as suas inferências coloca o professor como o centro de todo o processo educativo, mantendo a visão no desenvolvimento do intelecto, na imposição da disciplina como parte fundamental para o sucesso educacional, na memorização dos conteúdos como forma de apropriação dos conhecimentos tidos como essenciais. (DEMERVAL,Saviani, 2014).
Lembro-me de alguns trechos lido no texto de BECKER, 1994, sobre a pedagogia diretiva e seu pressuposto epistemológico “Empirismo” – A pressão do meio social sobre o sujeito determina nele, mecanicamente as estruturas do conhecer. – O que ocorre na sala de aula: O professor – quem manda; - Alunos entrando em sala de aula, que sentem e fiquem quietos; - Carteiras enfileiradas, com espaçamento entre elas; - Professor aguardará (ou exigirá) silêncio. Feito silêncio, o professor inicia a aula. Por que isso acontece assim? Porque o professor pensa que (aprendeu) que é assim que ensina. A ação legitimada por uma epistemologia em que o sujeito é determinado pelo mundo do objeto ou pelos meios físicos e social. Só o professor pode “produzir” algum novo conhecimento no aluno.
Mas, qual será o fruto dessa escola?
Será, Reprodução pura e simples do passado; Renúncia ao direito de pensar; Desistência de cidadania; Desistência do direito ao exercício da política. (BECKER, Fernando, 1994)
O papel da escola é o de promover uma formação meramente moral e intelectual, lapidando o aluno para a convivência social. Os conteúdos de ensino são passados como verdades absolutas, sem chance de questionamentos ou levantamentos de dúvidas em relação a sua veracidade. Nessa concepção não está presente a consideração sobre os conhecimentos do aluno, apenas o que está no currículo é transmitido, sem interferências.
A relação professor-aluno é marcada pelo autoritarismo. Somente o professor possui conhecimento para ensinar, o papel do aluno é o de receber o conhecimento transmitido pelo professor. O silêncio em sala de aula é imposto pela autoridade docente.
No caso da relação professor-aluno, ainda prevalece, na maioria das escolas, o predomínio da autoridade do professor, bem como a imposição do silêncio. A avaliação está totalmente ligada à concepção tradicional, dando-se por meio de tarefas para casa e, quase que exclusivamente, pela prova escrita.
Na escola democrática todos têm direitos de decisão sobre o seu destino. O compartilhamento das responsabilidades e as decisões que podem alterar a posição de cada um no coletivo são seguidos em conjunto, incluindo gestores, educadores, funcionários, estudantes e pais. Cada um é, nesse sentido, responsável por si, mas também pelos demais.
REFERÊNCIAS
BECKER, Fernando, 1994 Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf
DERMEVAL, Saviani, 2014. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dermeval_Saviani. Acessado em: 22 de fevereiro de 2014.